segunda-feira, 16 de novembro de 2009

CHAKRAS E A EXPANSÃO DE CONSCIÊNCIA

Excertos do livro em edição “Os chakras e o Processo de Individuação” de Marizilda Lopes



Durante a trajetória de vida o indivíduo constrói seu desenvolvimento através de percepções e estímulos. A depender de suas interpretações organiza-se para sobreviver em um meio ambiente exigente, que o força a agir e corresponder de maneira fragmentada, exclusivista e parcial. Por conta disto, ele deixa desde a infância, de utilizar a mente que contempla; tolhido de sua sensibilidade perde a atenção abrangente, fluídica e sensível negando quase sempre seus sentimentos, sensações e intuições. Desta feita, a criatividade natural que ele possui deixa de se manifestar modelando-o para viver numa sociedade de consumo, onde o “espetáculo da ilusão” é a referência. Obviamente, este homem assume a posição de um guerreiro que luta desesperadamente para vencer as doenças do corpo e da psique, tão nitidamente marcadas pela inconsciência de seus atos.

Pensando numa forma de contribuir e ampliar a reflexão à cerca das aplicações práticas de um instrumento de sensibilização e despertar de consciência, apresentamos um estudo sobre os chakras e a relação com estados de consciência. Sabe-se que o conhecimento dos chakras é transmitido há séculos, porém ainda há muito que aprender a respeito deste assunto, que alude à direta relação com certos níveis de consciência. Fundamentado pela Psicologia de Jung e atrelado a outros conhecimentos específicos de uma prática consciente realizada desde 1992 em Oficinas de Criatividade, constatou-se que existe uma inseparável ligação absolutamente vinculada às imagens e funções características, distribuídas através de cada chakra. Segundo escritos Védicos e mesmo Jung, cada um destes centros de energia se abre a partir das profundezas do inconsciente coletivo e ascendem pelos níveis do inconsciente pessoal e da consciência do ego.

O planeta Terra vive um momento de imensas transformações, está se adaptando a outra realidade, que clama uma nova consciência das pessoas. Falamos tanto em planeta sustentável, mas ao que se refere isto? Será que somente às iniciativas ambientais evocadas pelos debates e discussões acaloradas na defesa da vida no planeta são capazes de mudar alguma coisa? É óbvio que estas discussões são importantes, que repensar a forma como vivemos e como os recursos oferecidos pela natureza são utilizados, fazem parte da conscientização ambiental. Contudo, para a ação determinada de mudanças se tornarem realidade é necessário que o ser humano aprenda como expandir a sua própria consciência para tornar seus atos o reflexo exteriorizado de seu equilíbrio, cultura e inteligência.

Sustentabilidade planetária é a necessidade de construir uma nova organização social que sustente de alguma forma a sobrevivência humana. Entretanto, o cerne da questão está principalmente na conquista da hegemonia da espécie humana somente possível a partir do resgate da consciência do Ser para que o indivíduo se torne “um fazedor criativo” que opera como instrumento de transformação. “Ao ser humano foi dada a capacidade de realizar o serviço qualificado como aspiração altruísta de servir, amar e pensar para revelar autodomínio, autogoverno, discernimento, autodeterminação, fundamentando-se num propósito maior sobre a Terra. É isto que importa, é trazer de volta a consciência do SER para que se torne a manifestação consciente daquilo que ele é. O homem investido de vontade sabe o que quer, pois é a retratação do impulso da consciência, governado pelo propósito, conhecimento e uso de meios deliberadamente escolhidos” . Tal homem é o autor e diretor de seu próprio destino e cria possibilidades para uma nova vida, a partir do momento que olha para dentro de si, ilumina as sombras da inconsciência e irmana-se aos outros de sua espécie para então, viver um mundo de paz e equilíbrio. É um processo de regeneração contínuo, um nascer e morrer tal qual a semente que morre para dar espaço a uma nova vida.

O equilíbrio planetário se faz na justa medida desta expansão de consciência e isto está intrinsecamente relacionado ao equilíbrio dos centros de energia (chakras) no ser humano. É importante saber que um estudo aprofundado sobre os corpos sutis do homem revelam muitas possibilidades. Sem aprofundar demais o tema em questão, neste texto, os chakras são órgãos do corpo etérico e mantêm a vida no corpo físico. De acordo com os Vedas, eles são vórtices energéticos, com funções particularizadas e movimentam tanto energia prânica, quanto energia de estados progressivos de consciência. Cada chakra está relacionado a um grau de consciência e uma área no corpo físico. São sete os principais mais conhecidos e situam-se na linha central do corpo e estão vinculados ao sistema neuro-endócrino. Quanto mais equilibrados, maior vitalidade e energia a favorecer a força de expressão daquilo que a pessoa é em sua essência.

De certa maneira os chakras inferiores representam a potência da matéria humana e em ressonância com a consciência-luz, os chakras superiores alinham-se ao céu cósmico, abrindo o canal de passagem para estreitar os vínculos entre o homem e o Self. Conforme o estudo védico é através deles que a energia psíquica ou kundalini, flui constantemente. Jung considera que são "uma espécie de graduação de consciência que vai desde a região do períneo até o topo da cabeça"... "Os chakras, diz ele, são centros da consciência e Kundalini, a Serpente Ígnea, que dorme na base da coluna vertebral, é uma corrente emocional que une de baixo para cima e também de cima para baixo".

Além destes sete centros principais, é importante saber que existem mais dois chakras localizados nas laterais da cintura, que podem ser chamados de chakras de transição e se referem ao suporte necessário na elevação de energia kundalínica dos plexos inferiores aos superiores. Estes chakras manifestam-se nos momentos de transição planetária e oferecem ao homem terreno a possibilidade de vencer a si mesmo e penetrar nas freqüências ideais para alcançar planos superiores de consciência. São estes plexos laterais que dão suporte à transmutação do chamado karma humano, durante o processo de purificação. Pode-se entender que, quando os chakras inferiores entram em ação na transmutação e transformação da consciência, estes plexos laterais realizam a consumação da vida e da morte em que o portal do renascimento toca a consciência tal qual, o processo de individuação . É através deles que a reestruturação do ser acontece fortalecendo o eixo ego-self.

A unidade de consciência através do equilíbrio dos opostos

Os dois chakras de transição simbolizam, respectivamente, a força e a forma da manifestação da consciência. Para alcançar o equilíbrio entre estes opostos é recomendável caminhar em beleza, ou seja, pela simplicidade, enquanto acontece a transição do espírito e da alma. Para tanto, neste momento planetário tão especial, se faz necessário aprimorar a simpatia tornando possível ao poder da vontade, ser maior que o poder do desejo. Pode-se assim definir este processo como sublimação dos desejos do ego. Sublimação esta, aqui relacionada, como o instinto de autopreservação.

Manter o equilíbrio destes chakras que trabalham em conjunto é de fundamental importância, pois a raça humana está em busca da supremacia de sua espécie, para tal é necessário aprender a trabalhar e equilibrar estas duas forças, a razão e a emoção. Enquanto um fluidifica o movimento da energia, o outro utiliza a imaginação para dar forma ao pensamento e plasmar a matéria humana. Pode-se então dizer que a matéria humana e todas as suas manifestações são interpenetradas pela energia masculina e feminina que buscam unir-se em contemplação. Desta forma, estes dois plexos interagem entre si como o próprio Yin e o Yang. Cada um destes aspectos possui em si mesmo um ponto de mutação onde o outro se manifesta.

Vivemos assim, a era do sacrifício, no sentido do sacro-ofício em que a entrega de nosso ser é o compromisso básico para a transmutação dos paradigmas que prendem o humano à dor e ao sofrimento. Portanto, podemos associar representações entre a manifestação na interação sutil da força vital entre dois aspectos: o fluxo e o refluxo, a ação e a reação, o dia e a noite, a sombra e a luz, o homem e a mulher, o poder e a beleza e todas as manifestações polares e dialéticas que tem como única função a unidade de consciência.

Agora mais do nunca, é preciso incentivar uma convivência social inteligente, comprometida e civilizada entre todos os seres humanos. Este é o momento de ampliar as possibilidades, favorecer a mente aberta com visão direcionada às iniciativas que promovam a redução, reutilização e a reciclagem. De mãos e braços unidos esta ação será vencida em breve tempo, pois a grande mudança deve começar pelos nossos hábitos pessoais. Somente assim, criaremos a possibilidade de um planeta vivo, na qual as crianças do futuro possam habitar com segurança e dignidade.

Por Marizilda Lopes - Extrema - MG /Nov/2009

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